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Nails e supositórios - reflexões durante a minha passagem pela Pediatria

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Olá gente! :) Ressuscito o meu blog para falar de dois assuntos muitíssimo pertinentes: nails e colocação de supositórios. (ah pois é)  Sempre me questionei como é possível fazer uma vida normal, desde o mais básico do quotidiano, com grandes unhas nas pontas dos dedos. Todos sabemos que a unha de gel ou gelinho é algo que já garantiu o seu lugar na vida de muitas mulheres - eu não sou excepção, apesar de não usar sempre de vez em quando também gosto e também uso, embora sempre curtinhas. O que me deixa a matutar são as unhas bem grandes e, agora tão na voga, bem bicudas... tipo garra, estão a ver?! Já tive esta conversa com a minha esteticista, que me confidenciou que todas as clientes que usam unhas assim lhe garantem que conseguem fazer tudo (tudo!), apesar das unhas grandes! Tenho as minhas dúvidas... e mais, tive uma forte confirmação das minhas suspeitas no meu último turno de urgência.  Pois bem, de momento estou a trabalhar na pediatria.  Eis que aparece uma mãe com o seu beb

Como tirar medicina (apesar de) COM 3 filhos pequenos

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Olá (tantos meses depois, no meu blog)! :)  No dia 19 de Agosto último, concretizei a minha inscrição na Ordem dos Médicos e tornei-me na orgulhosa e feliz portadora da cédula número 74177. Foi mais um passo deste caminho e, agora que Agosto já ficou para trás e Setembro está aqui, talvez tenha chegado a hora de partilhar convosco este post, que já ando a marinar há algum tempo.  Não pretende ser, de todo, uma narrativa presunçosa! É antes uma reflexão muito minha e, de certa forma, um balanço que faço destes anos de curso. A ideia de escrever este post surgiu precisamente numa das várias vezes em que me fizeram a pergunta: como conseguiste tirar medicina com 3 crianças pequenas? Nessa noite, além de ter 'prometido' que ia escrever um post com a resposta, dei por mim a perceber que acabava sempre por responder algo diferente de cada vez que me faziam a mesma pergunta! E percebi também que se assim é, isso acontece precisamente porque foi um conjunto de circunstâncias que permit

A propósito dos 10 - pequena resenha sobre os nossos 10 anos de casamento

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Hoje ao almoço, o Daniel referiu (meio em jeito de brincadeira, meio a sério!): 10 anos, hoje em dia... não é toda a gente... Eu ri-me e respondi-lhe o que a minha irmã me disse ontem: já aguentámos mais tempo que a Angelina e o Brad, por isso... (hehehe) Deve ser bom sinal!!!  Ora bem, sim. Completamos hoje 10 anos de casamento (Parabéns a nós!!! :D).  Se foi sempre fácil: não foi. Se temos muita sorte: temos.  A verdade é que, passados estes 10 anos, o coração já não bate forte como batia quando namorávamos. Bastava pensar no Daniel e imaginar o nosso futuro e a minha barriga ficava cheia de borboletas esvoaçantes. Um mundo de possibilidades infinitas, todas elas felizes, um horizonte soalheiro e sem fim se estendia perante a minha imaginação. Enquanto namoramos, damos sempre o melhor de nós ao outro, e recebemos o mesmo; cada encontro é uma novidade e vives em êxtase por estar a conhecer o outro. É uma permanente expectativa boa, certo?! E cada pormenor que descobres ou revisitas -
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A reflexão que vos trago hoje insinuou-se na minha cabeça há já várias semanas, durante uma das consultas que acompanhei na minha residência em Centros de Saúde como aluna de Medicina.  Lá estava eu, sentada atrás da secretária, ao lado da médica que me tutoriou. E eis que entra a doente, e sem me conhecer de lado nenhum aceita que eu entre na sua vida, na sua história, nos seus problemas. Aceita que eu a ouça (ou talvez escute seja uma melhor palavra), aceita que coloque o meu estetoscópio sobre o seu peito, que veja as suas feridas, algumas do corpo, outras da alma... e eu pensei: que privilegiada que sou!  Assim somos nós, médicos, privilegiados porque os nossos doentes nos dão a honra de entrarmos nas suas vidas , nas suas histórias, nos seus problemas (e também nas suas alegrias!). Privilegiados porque os doentes nos abrem as portas da sua casa, se preciso for. Sou apenas aluna (embora já tenha sido outra médica há alguns anos atrás) mas já passei por tantas pessoas... e a verdade

Haja paciência.

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Amigos sabem o que me faz mais falta na vida? Paciência. Pelo menos nesta fase da minha vida. É frustrante, imensamente frustrante, amar tanto os meus pequenos tesouros e ao mesmo tempo chegar ao meu limite tão rapidamente.  Há alturas em que se vendessem pacotes de paciência, eu juro que comprava vários kilos! Confesso que tenho passado por uma fase de maior instabilidade. Talvez a pressão de estar no último ano do curso, ter que ultrapassar uma série de barreiras para as quais sinto que não tenho força nem ânimo, e ter dois piolhos que passam a vida em disputas e choros e dramas não ajuda muito.  Sabem o que é ter duas (às vezes três) crianças em casa que querem sempre a mesma coisa? Quando um pega num brinquedo, o outro quer esse brinquedo; quando um vai abrir a porta, o outro quer abrir a porta; quando um vem para o colo, o outro lembra-se e também quer colo. E quem sobe as escadas à frente? E quem entra primeiro? E quem sobe sozinho? E a Leonor que já quer fazer tudo - TUDO - sozi

Sobre o fim de um ciclo

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Acabo de deixar os meus meninos no infantário, o Francisco pela última vez. Escrevo com a lágrima no olho. Nestes últimos dias, já me vieram as lágrimas uma data de vezes! Foi na festinha de finalistas, depois nas reuniões com as educadoras e hoje, esta manhã, em que me caiu a ficha: o Francisco não vai voltar a esta rotina, não irá mais entrar nesta escolinha, por esta porta, correr até à sala que tão bem conhece e passar a manhã a brincar no recreio das laranjeiras!... Acho que ele não tem plena noção das coisas (infelizmente viu-me há pouco com as lágrimas). Ser criança é mesmo isso, viver de forma leve sem pensar no amanhã. Mas nós, adultos, pais, não conseguimos viver assim. Sabemos que é o fim de um ciclo. Sabemos que estes dias não voltarão. E eu, particularmente, tenho o 'defeito' de ser um coração de manteiga e de chorar por tudo e por nada!!  Sabemos que outras aventuras o esperam e que isso é muito bom!, mas também sabemos o quão difícil pode ser.  Tenho achado muito

Francisco quase 6, Simão quase quase 3, Leonor 1 e meio.

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E um pouco sobre a perna do Simão e as noites sem dormir. Olá! Estou em período de férias lectivas e, apesar de não sentir que tenho mais tempo livre, obriguei-me a passar por aqui para limpar as teias de aranha do meu blog! :D Pois é, o tempo passa a voar (costuma-se dizer) e daqui por três dias estaremos a celebrar se Deus quiser os 3 aninhos do meu Simão. O coitado do rapaz teve um azar jeitoso, pois caiu enquanto subia ao escorrega, num final de tarde de brincadeiras no parque, e partiu os dois ossos da perna esquerda. Seguiram-se 4 semanas de gesso. E uma das mais difíceis fases que passámos até ao momento. Tirou o gesso no dia 23 de Junho; não vou esquecer pois foi véspera de feriado e eu pensei na altura: que bom!! Vai passar o feriado em casa, para se habituar a voltar a andar, e no dia seguinte (sexta-feira) já vai pelo seu próprio pé para o infantário! Pois sim!! Que tola!! Ninguém me disse que ele não iria voltar a caminhar tão cedo!  Eu estava preparada para vê-lo coxear, a