(As minhas) Coisas de mãe

Escrevo-vos com a emoção à flor da pele e com a lágrima no olho. Chegas a casa depois de um dia de trabalho e nunca esperas que aconteça algo fora do que é normal. Chegas com vontade de encostar no sofá, dar miminhos aos filhotes e dormir. Sabes que é dia de dar banho ao mais pequenino e até gostas disso, porque é sempre um momento de aconchego e intimidade, mas não imaginas o que vai vir a seguir.  E então... eis que o teu bebé te presenteia com a sua primeira gargalhada.   Primeira, segunda, terceira... e a cada uma tu vibras numa emoção só, sentindo dentro de ti uma alegria que é a dele , a alegria inocente de rir por nada!  Querendo e desejando com todas as tuas forças, no mais íntimo de ti, que esse momento perdure para sempre... m as com a certeza de que vai passar, e amanhã ele vai voltar a rir, e na semana seguinte as gargalhadas já são algo normal e em breve chegará outro marco, tão inesperadamente como este e como os outros todos que ele já ultrapassou. Não me recordo

Vou aproveitar o mote para fazer aqui uma assunção pública e oficial: perdi o controlo da minha vida. E provavelmente só irei recuperá-lo daqui a 4, 5 ou mais anos. Acho que vou ter que abraçar esta nova realidade para seguir em frente de uma forma mais tranquila. Basicamente tenho a casa por arrumar, roupa para passar a ferro, a loiça da máquina para arrumar e imensa matéria para estudar. Ando há quase 3 semanas para colocar a casa em ordem desde que fizémos umas pequenas obras - instalação do aquecimento (por azar juntou-se tudo...) . Ainda não consegui e de momento já não há pó mas também ainda não há tapetes no chão (ou seja, está tudo a meio gás). A cozinha mantém-se limpa porque basicamente deixei de cozinhar nela. Grata à santa sogra que me desenrasca o almoço na maior parte dos dias e me dá o jantar a semana toda. Consegui manter a roupa em ordem até esta semana. Entretanto tenho já uma dose para passar a ferro e os cestos a ficarem cheios de novo. Estar a estudar medici

No dia em que completas dois mesinhos, vou falar-te um pouco do que foi o dia em que nasceste.  Meti na cabeça que não ia ter um início de parto espontâneo. Em virtude da gestação anterior, que se prolongou tranquilamente e sem qualquer sinal até às 41 semanas. Agora percebo que aquelas dores que fui sentindo nos dias anteriores ao teu nascimento - que nem eram bem dores mas mais uma pressão no fundo da barriga - já estavam a preparar o meu corpo para te fazer nascer. De certa forma eu sabia isso, porque já tinha sentido dores de parto, mas continuava sem imaginar que tudo iria acontecer assim.   No sábado à noite as dores intensificaram-se mas fui dormir tranquilamente, sem pensar muito no que iria acontecer no dia seguinte. E às 3.45h acordo, com a bolsa rebentada e com as dores já mais fortes. Seguimos com calma para o hospital e entre dar entrada, fazer CTG e passar à sala de partos já com 5/6cm, o tempo foi passando.  As dores, conforme chegavam também iam embora e